8 - A maior das maiores belezas


Em um destes belos dias de sol, resolvi ir procurar a felicidade.
Fui para a Terra e assim que cheguei encontrei brigas e buzinas gritando pelas ruas, tomei um susto, como poderiam estar aos prantos com tantas belezas ao céu?
Pensei que talvez pudesse estar em um lugar errado, então resolvi ir para fora dos carros, e assim que entrei em uma cidade puder ouvir milhares de vozes amaldiçoando umas as outras e a própria natureza.
- Vocês foram criados com todo o amor do mundo, todas as purezas do saber. Como ousam amaldiçoar a si próprio e ao mundo natural?
Em qual mundo entrei? Tenho certeza que estava escrito Terra.
Tomei uma ótima idéia, corri a procurar um local onde tivesse pessoas inteligentes e com dinheiro, onde e como eles iriam reclamar? Tinha certeza que tomaria a decisão certa. Mas ao chegar a um belo prédio, com pessoas elegantes e exibindo luxuria tive a maior decepção de todas. As pessoas estavam todas desejando mal uma as outras, amaldiçoando os menos ‘abençoados’, querendo cada vez mais e mais ‘enfermidades materiais’ e o pior, não consegui me vesti com nenhuma peça de amor, eram simples trajes rasgados e sujos abaixo do paletó e gravata.
- Por quê? A que desejarás o mal do outro? O que levarás daqui quando a sua moradia não for mais a Terra?
Quando desistir da terra e estava a procurar o destino de casa, ao longe pude ver um senhor completamente pintado de cimento. Abaixei a cabeça e pensei: “Será agora em que vou perder todas as esperanças com a terra” e sem notar deixei cair uma das provas da enfermidade da Terra, era uma nota de dinheiro.
Quando abaixei para pegar, o senhor já estava com a mão na nota, olhou para mim e com o sorriso em que nem Leonardo da Vinci poderia esculpir ou que Sócrates poderia poetizar, ele me olhou e disse:
- Toma meu senhor!
Suas mãos calejadas, seu corpo coberto de cansaço e sujeira, mas sua alma refletia amor e bondade, sua mente não era uma das mais brilhantes, mas sim uma das mais puras. E seu coração? Sabia que ele poderia amar a qualquer um, como se fosse a si mesmo.
Peguei a nota, rasguei-a e percebi que não levaria a perdição dos homens, mas levaria o melhor que qualquer dos mundos poderia ter. Um sorriso de um dos mais simples homens.

2 comentários:

- Tetê - disse...

Sabe aquela sensação tipo um arrepio discreto que traz uma paz? Pois é, senti isso ao ler ser texto. Lindo!

Iza disse...

Que lindooo, Jooosh! Lindo demais! O coração até doeu.